O turismo é, sem dúvida, a vocação econômica do Estado do Rio de Janeiro, principalmente de sua Capital. Basta verificar a marca que temos no exterior. Lá não somos reconhecidos como um estado industrial, nem mesmo como um grande produtor de petróleo. Em qualquer canto do mundo, o Rio de Janeiro é reconhecido como ponto turístico. Mesmo o turismo de negócios, atividade de valor reconhecido, quando considera o Rio de Janeiro, o faz por suas belezas naturais e em razão do apelo turístico que tem o estado.
Entretanto, por mais evidente que seja este fato, os agentes públicos que administram o estado parecem desconhecê-lo. Não lhe dão a importância devida e uma comprovação deste fato é o contorno que tem o turismo no contexto das políticas públicas. O Governo do Estado do Rio de Janeiro considera o turismo uma atividade apêndice das políticas públicas de Esporte e Lazer e a sociedade paga um preço caro por este equívoco.
Ora, a estrutura administrativa do governo do estado é composta, por exemplo, de uma Secretaria de Transportes. Ela teria uma visão melhor do processo econômico do estado se compreendesse a importância do turismo na geração de empregos, salários, rendas e impostos. Ela não permitiria, por exemplo, as ocorrências com o bondinho de Santa Teresa e administraria melhor o transporte por barcas, que permite a quem o utiliza vivenciar uma das mais belas paisagens do estado.
Há, na estrutura do governo, uma Secretaria de Cultura, que autoriza quem conhece de perto os prédios históricos, a biografia do samba, o poder da criação da dramaturgia carioca, a entender as políticas culturais como também políticas públicas voltadas para os turistas.
Existe a Secretaria de Segurança Pública, que teria uma visão melhor do problema da insegurança, se conseguisse inserir as suas medidas no contexto da visibilidade e da percepção de segurança que o turismo precisa para se desenvolver como atividade econômica.
Até mesmo a Secretaria de Esporte e Lazer se separada da responsabilidade de tocar o turismo, teria uma visão melhor, mais ampliada da importância do tema.
E, por aí vai. Por isso, não é simples capricho, pedir ao governador que considere a criação de uma Secretaria específica para a política pública do turismo. Sem ela, o Estado do Rio de Janeiro continuar a organizar e executar as suas políticas públicas como organizaria e executaria as suas, por exemplo, o Estado do Paraná, sem uma secretária específica para a agricultura ou o Governo do Amazonas, sem uma política específica para o Desenvolvimento Sustentável.
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